Empresas de energia renovável atraem cientistas

2 de março de 2015
Empresas de energia renovável atraem cientistas

Os projetos energia renováveis foram destaque do último leilão de energia promovido pelo governo, em novembro de 2014. Além de ser um recurso importante para assegurar a demanda por eletricidade no Brasil nos próximos anos, as energias renováveis, como eólica, solar e térmica por biomassa, têm a vantagem de ser consideradas uma matriz limpa, que causa poucos danos ambientais. Elas são também um mercado de trabalho em expansão no Brasil.

Segundo um estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) publicado em 2014, o país já é o segundo que mais cria vagas relacionadas à energia limpa, empregando 894 000 pessoas.

Uma estimativa da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeó¬lica) calcula que, só na área da geração desse tipo de energia, os postos de trabalho saltarão de 32 000 para 280 000 até 2020. Muitas dessas vagas são destinadas a profissionais altamente especializados, como engenheiros, meteorologistas, geólogos e executivos com experiência na área de sustentabilidade.

Preencher o quadro no mesmo ritmo em que o setor cresce não tem sido tarefa fácil. “Para as posições que exigem conhecimento técnico, é difícil encontrar gente pronta”, diz Sueli Hudson, gestora de recursos humanos da Pacific Hydro, multinacional australiana que tem investido em projetos de geração de energia eólica.

Uma das saídas tem sido recrutar em universidades pesquisadores e cientistas que estudem energia limpa. “Essa é uma área com forte ligação com as ciências e, ao longo dos últimos dez anos, desenvolveu-se muito nas universidades”, afirma Rodrigo Soares, diretor da consultoria de recrutamento Hays, de São Paulo. “Por causa dessa relação, o setor de energia tem se revelado uma opção interessante de carreira para acadêmicos que queiram migrar para a iniciativa privada.”

A vantagem para quem faz transição da universidade para uma empresa, além de ver a aplicação prática dos estudos, é a possibilidade de uma ascensão profissional mais acelerada devido à dinâmica atual do mercado. “Com o surgimento constante de novos projetos, as pessoas crescem rápido”, diz Sueli, da Pacific Hydro.

É no que aposta o engenheiro químico João Fávaro de Oliveira, de 26 anos, de Curitiba, contratado em 2012 pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) para atuar em sua área, de energia renovável.

João cursa mestrado na Universidade Federal do Paraná sobre a transformação de resíduos sólidos em energia elétrica e, na Copel, trabalha em projetos ligados à geração de energia térmica por combustão de biomassa. “Pesquisar um assunto que está no foco dos investimentos estratégicos da empresa vai me ajudar a crescer mais rápido”, afirma.

“O mercado brasileiro para esse tipo de geração de energia ainda é pequeno, mas vem ganhando muita relevância, com boas oportunidades profissionais”, afirma Helena Chung, analista do mercado de novas energias da Bloomberg. Uma boa alternativa para quem sonha em conciliar a pesquisa científica com uma carreira ascendente na iniciativa privada.

Fonte: Exame.com http://abr.ai/1C49Aah
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