ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: MERCADO EM ASCENSÃO

2 de maio de 2016
ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: MERCADO EM ASCENSÃO
Podemos afirmar que no ano de 2015 o Brasil entrou definitivamente no mapa mundial da energia solar fotovoltaica. A Energia Fotovoltaica (FV) é muito promissora em escala mundial, sendo a modalidade de geração renovável que foi mais citada na COP21, na França no final do ano passado, com expectativas de investimentos globais na ordem de 1 Trilhão de dólares até 2030.   O Brasil, que apresenta altos índices de irradiação, também vem sinalizando com incentivos e investimentos na área. A tecnologia está num momento ainda inicial no país, com expectativa de uma explosão de mercado para breve. Vemos fornecedores, instaladores, consumidores e governos federal e estaduais, todos empenhados em remover obstáculos e burocracias  ao desenvolvimento do setor, com expectativa de um crescimento exponencial em sua participação na matriz elétrica brasileira.   A Energia Fotovoltaica é dividida em dois segmentos distintos: Sistemas isolados e sistemas conectados, sendo este último subdividido em geração distribuída e geração centralizada (usinas). Nos sistemas isolados o Brasil possui uma vasta experiência adquirida nos últimos 20 anos em programas como Prodeem criado em 1994 e mais recentemente o Luz para Todos, com diversos projetos de mini redes instaladas em várias  localidades remotas.   Nos sistemas conectados, a ANEEL contabilizou em 2015 aproximadamente 21,3 MW instalados em sistemas de geração centralizada (usinas), representando 0,02 % da matriz elétrica brasileira, ante 0,01% no ano anterior.   tabela 1   A ANEEL também contabilizou em 2015 a quantidade de 1.675 instalações de geração distribuída (geração própria em telhados), com capacidade instalada  de 13,4 MW. Desta forma o Brasil fechou 2015 com aproximadamente 35 MW instalados de geração solar conectada à rede, ante 15,2 MW em 2014, totalizando um crescimento acima de 100%.   Em 2014 a capacidade global instalada acumulada, segundo a EPIA (European Photovoltaic Industry Association),  foi de 178 GW, sendo que só a Alemanha acumulou impressionantes 38 GW instalados em sua matriz, seguida pela China ( 28 GW)e Japão (23 GW).Vale lembrar aqui, como comparação, que Itaipú ainda é a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia, com capacidade instalada de 14 GW.   Em 2015 estima-se que a capacidade global FV instalada tenha atingido 233 GW, com acréscimo de 55 GW em relação à 2014. Segundo a consultoria IHS, a China foi disparado, quem mais investiu na fonte solar em 2015, seguida do Japão, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, conforme podemos ver no Gráfico abaixo.   Tabela 2   Voltando ao Brasil,  considerando os três leilões de reserva já realizados para energia fotovoltaica, sendo um em 2014 e dois em 2015, foram contratados pouco mais de 3 GW em mais de 100 empreendimentos de geração centralizada, com início de operação destas usinas previsto para o final de 2017. A maior usina solar em operação hoje, é do Complexo de Fontes em Tacaratu- Pernambuco, inaugurada em outubro passado com 11 MW.Trata-se de uma usina híbrida, gerando em conjunto com um parque eólico de 80 MW.   O governo já sinalizou através do PDE 2024 (Plano Decenal de Energia) a intenção de instalar 7 GW de geração solar centralizada,  e a EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas), apresentou uma previsão de mercado de 1,3 GW em geração distribuída, ambos até 2023. Desta forma estamos falando de um mercado que irá saltar de 35 MW atuais para mais de mais de 8 GW em menos de uma década.   Claro que existem desafios enormes a serem vencidos, entre burocracia, regulamentações, impostos, financiamentos, incentivos e interesses diversos. Dentro deste cenário e de um mercado em franca expansão, também torna-se uma necessidade urgente a capacitação de mão de obra especializada para atender as necessidades e oportunidades que começam a surgir. Neste ponto vemos algumas empresas se especializando e desenvolvendo centros de treinamento específicos e focados no instalador fotovoltaico. Estudos apontam que a geração de postos de trabalho na área solar fotovoltaica é de aproximadamente 30 empregos por MW instalado, superando outros segmentos como eólica e térmicas.   Outro ponto positivo foi a sinalização do Ministério de Minas e Energia em transformar os lagos da usinas hidroelétricas em usinas solares, através de sistemas de flutuação dos painéis solares, iniciando pelos lagos de Sobradinho e Balbina, trazendo confiabilidade ao discurso dos ambientalistas, de que se cobrirmos a área equivalente ao Lago de Itaipú com painéis solares, podemos gerar até três vezes mais energia que própria capacidade da usina.   E, por fim, considerando que a geração solar é feita de forma descentralizada em usinas de pequeno porte e principalmente em telhados, e não através das usinas gigantescas, não existindo a necessidade de alagar um único centímetro de terra e nem desalojar ninguém, mas acima de tudo, mitigando o potencial de corrupção envolvido nas megaobras civis brasileiras.   Por Paulo Frugis   Gerente de Treinamento na Neosolar Energia. Foi Gerente de Acesso à Energia e Sistemas Fotovoltaicos na Schneider Electric por três anos e Gerente do Departamento de Energias Renováveis da Unitron por 7 anos.   Engenheiro Eletricista com MBA em Administração de Empresas, com 30 anos de experiência no setor elétrico nacional, sedo 15 anos na área de energia solar fotovoltaica.   Artigo publicado Revista Potência     
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