ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: MERCADO PROMISSOR

13 de junho de 2016
ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: MERCADO PROMISSOR
O Mercado de geração solar fotovoltaica apresenta crescimento vigoroso no Brasil. A evolução regulatória agrada, mas agentes do setor cobram mais incentivo do país para o desenvolvimento dessa fonte. Confira a opinião do nosso diretor, Raphael Pintão, nessa matéria da revista Potência.   Apesar da ‘matéria-prima’ abundante e gratuita, a energia solar ainda é pouco aproveitada no Brasil, o que pode ser comprovado pela sua pequena representatividade na matriz elétrica - 0,0152%, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).   Nos últimos anos houve importantes avanços no campo regulatório, e finalmente o país começa a esboçar a formação de uma cadeia produtiva local. Entretanto, o mercado ainda precisa resolver outros problemas estruturais, como a carência de mão de obra especializada. Os agentes do setor cobram também mais incentivos e a continuidade dos leilões para que a fonte se desenvolva.   Mesmo com todas as adversidades, o segmento fotovoltaico vem crescendo de maneira astronômica - geralmente na casa dos três dígitos. Até 2030, as perspectivas são de que o   mercado movimente algo em torno de R$ 100 bilhões. O futuro, portanto, é bastante promissor para os negócios nessa área. Segundo os agentes do setor, em menos de dez anos, a representatividade da fonte na matriz nacional poderá atingir algo entre 3% e   5%.   No Brasil, estão em pleno desenvolvimento tanto a chamada geração distribuída, formada por mini e micro pontos de geração solar fotovoltaica, quanto os sistemas centralizados (usinas de maior porte). Atualmente existem 38 centrais geradoras fotovoltaicas em operação no país, com capacidade instalada de 22.933 kW. Os empreendimentos com construção não iniciada chegam a 65, com potência associada de  1.851.645 kW.   A geração centralizada cresce principalmente em função da política governamental de contratar a fonte por meio de leilões. “Houve três leilões, o que animou os investidores. Mas agora, com a crise, dependemos de novos certames para termos novas usinas”, confirma Ildo Bet, diretor do Grupo Setorial de Sistemas Fotovoltaicos da Abinee (Associação Brasileira da indústria Elétrica e Eletrônica).  

Os leilões são importantes também para gerarem a escala necessária para estabelecimento de uma cadeia produtiva no país. “Sem eles, o tempo para o mercado se tornar atraente para os fabricantes seria muito maior”, destaca Raphael Pintão, sócio-diretor da Neosolar Energia. O executivo aproveitou para cobrar um cronograma “mais claro e transparente”, de forma a sinalizar a demanda futura, e não apenas o curto prazo. “Também é muito importante garantir que os leilões que já aconteceram se concretizem em usinas operacionais. Muitos empreendimentos ainda não começaram a ser construídos e há quem duvide que serão, por inviabilidade financeira”, alerta.

  Conforme observa José Renato Colaferro, sócio-diretor da Blue Sol Energia Solar, na geração centralizada, os volumes são muito maiores que os de geração distribuída. Nos leilões voltados à energia fotovoltaica nos últimos anos houve a contratação de 4 GWp (Gigawatt-pico) de potência. Trata-se de um número expressivo, que equivale a aproximadamente 33% de uma usina hidrelétrica do porte de Belo Monte. “Para que se tenha ideia, uma usina centralizada média possui 30 MWp (Megawatt-pico) de potência instalada. Isso equivale a mais ou menos 10 mil sistemas residenciais”, compara.   Já a geração distribuída cresce por força de mercado e tem tido grande destaque no mundo todo. Afinal, o sistema permite que cada consumidor se torne um produtor de energia a partir da instalação de painéis fotovoltaicos no telhado da própria residência. Como a eletricidade gerada é utilizada no próprio local, esse sistema contribui para evitar a perda de energia que normalmente ocorre por meio das redes de transmissão e distribuição.   Conforme destaca José Colaferro, no Brasil, até alguns anos atrás, quase a totalidade dos painéis fotovoltaicos era usada em regiões isoladas, sem conexão ao sistema elétrico. “Apenas em 2012, com a regulamentação da Aneel que permitiu fazer a troca de energia com a rede elétrica é que essa fonte começou a crescer”, conta.   De fato, em dezembro de 2012, o país registrava apenas três adesões ao sistema de geração distribuída. Até 2014, o número de instalações era de 424, e o ano de 2015 terminou com 1.748. “O crescimento foi de aproximadamente quatro vezes. Se continuar nesta batida, teremos 7 mil no final de 2016”, estima Ildo Bet. A projeção do mercado é que o Brasil chegue a 2024 com aproximadamente 1,2 milhão de unidades consumidoras de energia solar fotovoltaica.   Segundo Colaferro, Minas Gerais é o atual recordista nacional de sistemas fotovoltaicos instalados. “Esse foi o primeiro estado que incentivou os microgeradores com a isenção da cobrança do ICMS sobre a energia gerada, o que alavancou o número de instalações, além do alto nível de radiação solar local”, explica. Somente no ano passado, Minas Gerais contabilizou a instalação de 333 novos sistemas, seguido pelo Rio de Janeiro (202), Rio Grande do Sul (186) e São Paulo (180).   Aproveitando o boom do setor, as empresas dedicadas a esse mercado estão trabalhando em ritmo   acelera do e se preparando da melhor forma possível.   Sediada na capital paulista, a Neosolar Energia oferece soluções completas e instaladas, faz distribuição de equipamentos e provê treinamentos especializados na área fotovoltaica.   A empresa também vem colhendo os frutos do aquecido mercado brasileiro. “A procura é cada vez maior e nossa perspectiva é de crescimento de 100% em 2016, em todas as áreas da companhia”, conta o sócio-diretor Raphael Pintão.   A fim de atender satisfatoriamente à demanda do setor, a Neosolar tem investido pesado em treinamento, na divulgação de informações e na qualificação de seu corpo técnico. “Há muitos aventureiros neste mercado, empresas que duram pouco ou que não dominam a tecnologia. A Neosolar se preocupa muito com a qualificação técnica e emprego das melhores práticas e equipamentos. São sistemas para a vida toda, e isso faz diferença”, comenta o executivo.      
Comentários
Deixe seu comentário
Seu endereço de e-mail não será publicado