COMO ESCOLHER PARA COMPRAR PLACA SOLAR

As placas solares são os itens mais importantes de um kit de energia solar fotovoltaica, tanto pela função de converter a energia solar em elétrica como também pelo custo, uma vez que, em conjunto, são os equipamentos mais caros, podendo chegar a cerca de 50% do custo total de um sistema fotovoltaico.

Entre tantos modelos e diferentes fabricantes, alguns pontos devem ser levados em conta, além do preço da placa solar, para escolher qual painel comprar.

Veja, abaixo, alguns deles:

1. Tipo de placa solar, tipos de célula e as aplicações

Um primeiro critério é escolher o tipo de placa solar que melhor se aplica ao sistema. Por exemplo, em sistemas BIPV ou em fachadas de prédios, a melhor escolha são os painéis de filme fino, uma vez que perdem menos eficiência com um ângulo de inclinação desfavorável.

De forma geral, pode-se dizer que a ampla maioria dos sistemas fotovoltaicos usarão as placas de silício cristalino, mono ou policristalino. Isso porque são os painéis de melhor custo-benefício para aplicações convencionais, enquanto o filme-fino é aplicado principalmente em projetos mais peculiares como o caso da fachada de prédios (saiba mais aqui sobre as aplicações de cada tipo de placa solar). 

Sobre os painéis monocristalinos e policristalinos, efetivamente não há diferença na aplicação. Embora os painéis monocristalinos possam ser ligeiramente mais eficientes, as duas tecnologias concorrem em custo-benefício e a cada ano alguma delas prevalece. Você pode escolher qualquer uma das duas, sem se preocupar.

 

VEJA TAMBÉM

2. Escolha a placa com menor custo por Watt-Pico

É claro que a eficiência energética é um diferencial a ser observado quando comparamos diferentes painéis, mas é preciso ter a consciência de que esse não é o principal fator que deve ser levado em consideração, já que painéis mais eficientes tendem a ser mais caros e nem sempre esse aumento de preço trará necessariamente o maior custo-benefício.

Geralmente, o mais importante é escolher qual modelo tem a melhor relação de preço por Watt-pico (Wp), que é a unidade de medida da potência da placa solar. Para calcular o preço por Wp, basta dividir o preço da placa solar por sua potência nominal.

No caso da geração distribuída, por exemplo, o objetivo é reduzir o custo pago pela energia e, portanto, não importa a área ocupada, mas sim o custo de cada kWh gerado. Em geral, painéis com menor custo por Wp trarão o menor custo do kWp instalado do sistema e, consequentemente, o menor custo do kWh gerado.

Vale apenas ressaltar que o custo do sistema não é apenas o custo da placa solar. Então, um painel maior (ou mais potente) deve gerar também economia na instalação, pois utilizará menos estrutura e menos pontos de fixação, reduzindo o custo da mão-de-obra. Essa diferença, porém, costuma pesar muito menos no orçamento de um projeto do que o preço por Wp das placas solares.

Resumindo: se a potência e os preços de duas placas solares forem equivalentes (ou seja, com mesmo preço por Wp), escolha a placa solar de maior eficiência, pois é possível que assim se tenha economia na instalação. Caso contrário, priorize o preço por Wp.

Saiba o que é eficiência energética em painéis solares.

3. A eficiência da placa solar é importante?

A eficiência da placa solar é importante apenas se ela proporcionar um menor custo por Watt-pico (Wp) do sistema de energia solar como um todo. A única exceção ocorre nos casos em que existem restrições de espaço, pois então uma placa menor e de mesma potência pode fazer a diferença.

Um exemplo onde a eficiência da placa solar é importante são os motorhomes. Nesses casos, a área disponível é apenas o teto do veículo e, portanto, as placas mais eficientes vão oferecer mais energia naquela área disponível. Outro exemplo é um telhado com pouca área disponível para a instalação de placas solares (caso em que uma maior eficiência poderá demandar a compra de uma ou duas placas a menos no objetivo de alcançar a geração desejada).

 

 

Confira nosso portfólio de produtos para energia solar fotovoltaica

4. Cuidado com o “fetiche” da potência alta

Outro dado que pode enganar é a potência da placa solar. Na teoria, quanto mais alta a potência de uma placa solar, mais indicada ela é para gerar energia, mas isso nem sempre é verdade.

Geralmente, a maior potência de uma placa significa que ela é maior em tamanho e não que é mais eficiente na geração de energia ou trará ganhos relevantes ao arranjo fotovoltaico. É importante que a potência (e o tamanho) das placas sejam compatíveis com as necessidades de cada instalação, para evitar transtornos.

Placas solares muito grandes são feitas para usinas de grande porte e podem ser difíceis de lidar em um sistema residencial por conta do seu peso, dimensões difíceis de manejar e até mesmo o “encaixe” no telhado. Por isso, não procure a placa de potência mais alta, mas sim aquela cujo tamanho for compatível com o seu sistema.

Em geral, para sistemas Off Grid, utilizamos placas de até 150 ou 200Wp (ainda que seja possível usar maiores potências). Em sistemas residenciais ou comerciais, as placas solares mais comuns são as de 300 a 500Wp. Por fim, em usinas, é comum encontrar placas solares de 500 até 700Wp.

Exemplo de Placa Solar Fotovoltaica (Crédito da Imagem: fabersam/ Pixabay)

5. Dimensão e peso da placa solar

Parece um detalhe básico, mas muitas pessoas não se atentam à compatibilidade das placas solares que escolhem para seus projetos. Sem as dimensões corretas e convergência com o tipo de sistema empregado, a instalação não dará certo.

O primeiro detalhe é o tamanho. Afinal, a placa solar precisa “encaixar” no telhado ou local disponível. Outro ponto de atenção é o transporte: placas solares maiores algumas vezes não cabem sequer em um furgão médio e na hora de manusear precisam ser transportadas por mais de uma pessoa, gerando contratempos se o projeto for mal planejado.

O içamento e o manuseio estão entre algumas outras dificuldades no processo de instalação, que deve sempre ser realizado por um profissional habilitado. Lembre-se sempre desses fatores e não busque a maior placa apenas por ser a mais potente, mas sim aquela mais compatível com as condições da obra e operação.

 

         VEJA TAMBÉM

6. Compatibilidade elétrica entre os equipamentos

Além da preocupação com o tamanho das placas solares, é fundamental observar também se há compatibilidade entre a placa e outros componentes do arranjo fotovoltaico, como o inversor (no caso de sistemas On Grid e Híbridos) ou o controlador (no Off Grid), para garantir que o arranjo funcionará corretamente.

Os inversores e controladores costumam ter limites mínimos e máximos de tensão, corrente ou potência. Você deve prever a configuração final do sistema para validar a compatibilidade entre todos os equipamentos.

7. Atenção ao fabricante da placa solar fotovoltaica

Felizmente, o mercado de energia solar fotovoltaica conta com um número expressivo de fabricantes idôneos e que prezam pela excelência. Comprando placas solares das melhores marcas, dificilmente o consumidor terá algum problema por conta da qualidade do produto. Porém, a busca por fabricantes deve ser feita com atenção.

Procure empresas que tenham boa reputação, com avaliações positivas de seus equipamentos e certificações técnicas reconhecidas. Esses são indícios de que essas marcas têm compromisso com as inovações tecnológicas, como também de segurança para oferecer um equipamento de alta qualidade.

Comprando equipamentos de um fabricante de boa reputação, você terá a segurança de que os detalhes técnicos do produto (como durabilidade/ vida útil, potência, eficiência e outros dados) são verdadeiros e atestados de forma independente.

Calculadora Solar - confira os custos do seu sistema fotovoltaico 

8. Escolher uma placa solar “Tier 1” é importante?

Antes de mais nada, vale explicar o que significa ser “Tier 1”. Essa classificação é feita pela consultoria Bloomberg NEF e diz respeito à saúde financeira de empresas do setor de energia. A classificação não tem nenhuma relação com a qualidade técnica do produto e a própria Bloomberg NEF faz questão de deixar isso claro.

A ideia dessa classificação é mais voltada às garantias, especialmente para grandes usinas, pois nesses casos os bancos querem ter certeza de que as empresas não vão falir durante o prazo das garantias.

E então, é importante ou não é que uma placa solar tenho o selo Tier 1? De fato, não é tão importante quanto se pensa. É lógico que isso pode servir como critério, mas uma vez que o selo não indica a qualidade do produto, você pode ter problemas com uma placa Tier 1, assim como pode não ter problemas com uma placa solar sem essa classificação.

Mesmo no caso da garantia de eficiência (preocupação dos bancos para financiar), isso é muito restrito ao mercado de usinas de grande porte, pois para comprovar uma perda maior que a prevista é necessário ter estações profissionais para medir a radiação solar — uma prática que é inviável para sistemas residenciais ou comerciais.

9. Atenção ao distribuidor da placa solar fotovoltaica

De forma geral, você comprará a placa solar com um distribuidor, e não diretamente com os fabricantes. Portanto, é fundamental também se atentar à reputação do distribuidor.

Um distribuidor de confiança geralmente vai executar a garantia diretamente para os clientes ou, no mínimo, ajudará a conseguir exercer rapidamente a garantia junto ao fabricante caso seja necessário, além de ajudar a tirar diversas dúvidas em todo o período de vida útil do produto — incluindo apoio na instalação e resolução de problemas.

Outro ponto importante fica com o processo logístico e eventuais avarias no transporte, que não são incomuns uma vez que o painel solar costuma ser grande e de vidro. Novamente, é o distribuidor que vai resolver o problema para você nesses casos, provavelmente acionando um seguro e trocando imediatamente a placa solar danificada. Um mal distribuidor poderá dar trabalho nos momentos difíceis.

Assim como os fabricantes, os distribuidores também possuem seus serviços avaliados por antigos clientes e é muito importante fazer uma pesquisa prévia na internet. As avaliações do Google e do site Reclame Aqui são exemplos de opções para checar o serviço de um distribuidor.

Lembrando que o que conta aqui é sempre a nota e não a quantidade de reclamações. Uma empresa com poucas reclamações geralmente indica também uma baixa relevância, o que representa um risco quando falamos de produtos com longos períodos de garantia e vida útil.

O bom atendimento do distribuidor faz muita diferença na hora da compra e durante o uso da placa solar, além de sua estrutura, solidez financeira e equipe dedicada ao suporte técnico. Lembre-se que, caso o seu distribuidor quebre, você pode ficar sem suporte e/ou garantia.

No caso das placas solares, o distribuidor te atenderá por décadas — daí a extrema importância de escolhê-lo com atenção. Hoje há uma infinidade de distribuidores no mercado e as diferenças de preço não costuma ser grande. Nossa recomendação é sempre priorizar um bom fornecedor e não o mais barato.