Ministério de Minas e Energia é criticado pela Aneel por definir preço baixo para energia solar

Os preços da energia definidos pelo Ministério de Minas e Energia para o Leilão A-5, destinado à contratação de novas usinas com início de suprimento em até cinco anos, preocupam empresas do setor de energia solar e também diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que deixaram claro não concordar com parte das diretrizes de preço.

 

 

As principais críticas vieram dos diretores Romeu Rufino e Reive dos Santos, em relação ao preço-teto de R$ 137,00 por megawatt-hora (MWh) para energia solar. Segundo eles, será muito difícil que uma usina solar seja contratada com o valor previsto no edital. Para a Aneel, o valor da energia está baixo demais para uma fonte que ainda precisa ser estimulada.

 

 

Além do preço, os diretores também reclamam do fato de projetos de energia solar competirem com energia eólica, que já está consolidada no mercado e é beneficiada por incentivos do governo.

 

 

“Acho que, nesse primeiro momento, a solar não consegue competir nesse pacote com as eólicas”, afirma Santos.

 

 

O leilão teve edital aprovado na última terça-feira pelo comando da agência, e estabeleceu os preços-teto para hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), de R$ 158,00/MWh, e para energia térmica (biomassa, carvão e gás natural), de R$ 197,00/MWh.

 

 

Maior usina solar do Brasil começa a funcionar em Santa Catarina

Entrou em funcionamento no dia 20 de agosto a maior usina solar do Brasil. Localizada em Tubarão, município do sul de Santa Catarina, o empreendimento da Tractebel Energia tem capacidade máxima de 3 MWp e pode abastecer 2,5 mil residências por ano.

 

 

Essa parceria inclui o monitoramento da usina e de mais oito pontos estratégicos, em sete Estados brasileiros com diferentes climas, nos quais estão instalados pontos de monitoramento com sete tipos de tecnologia.

 

 

Segundo o professor responsável pelo projeto, Ricardo Rüther, o objetivo é ver como uma tecnologia se comporta em um determinado clima e tirar conclusões a partir daí, dos diferentes perfis de fazer uma usina. Para ele, com o leilão de energia solar no Brasil em outubro, o projeto é promissor para investidores.

 

 

O projeto Cidade Azul é resultado de um investimento de R$ 30 milhões e é a quarta usina solar no país, que gera energia a partir de todo tipo de luminosidade.

BNDES define condições de financiamentos para vencedores do leilão de energia solar

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) definiu, na última terça-feira, 12 de agosto, as novas condições de financiamento para os vencedores do primeiro leilão de geração de energia elétrica por fonte solar do Brasil, que acontecerá no dia 31 outubro.

 

Para o banco, “a entrada da fonte solar na matriz energética brasileira também abre caminho para o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores locais de equipamentos, e o BNDES quer aproveitar a oportunidade para desenvolver essa indústria”. Por isso criou a Metodologia de Credenciamento e Apuração de Conteúdo Local de Módulos e Sistemas Fotovoltaicos.

 

De acordo com as regras de credenciamento, poderão ser financiados pelo BNDES projetos vencedores do leilão de sociedades com sede e administração no país, de controle nacional ou estrangeiro, e pessoas jurídicas de direito público, que incluam equipamentos produzidos no país e que estejam adequados à nova metodologia.

 

Essa metodologia exige nacionalização progressiva de componentes e processos específicos ao longo do período de implantação do plano.
Os empreendimentos poderão ser apoiados de forma direta (operação feita diretamente com o BNDES) e indireta (operação em que os recursos do BNDES são repassados por meio de instituição financeira credenciada).

 

As linhas de financiamento utilizadas serão o BNDES Finem (linha tradicional de financiamento a investimentos, com custo financeiro de TJLP, atualmente em 5% ao ano) e o Fundo Clima (Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, que tem custo financeiro mais baixo, de 0,1% ao ano).

BNDES deve anunciar propostas para projetos de energia solar

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou na última quinta feira, dia 08 de agosto, que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está para anunciar propostas de financiamento para projetos de energia solar.

 

As propostas deverão ter condições favoráveis para estimular a participação de projetos de energia solar no leilão de outubro e a produção local de equipamentos.

 

A linha de financiamento irá utilizar recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que tem finalidade de garantir recursos para apoio a projetos de empreendimentos que tenham como objetivo a atenuação de mudanças climáticas.

 

Tolmasquim não adiantou muitos detalhes, disse que a EPE apenas ajudou a elaborar as propostas, mas que a decisão é do banco.

 

“Só posso dizer que achei muito criativo e interessante o que eles propuseram. É uma ideia nova, diferente do que foi aplicado por eles antes na energia eólica, por exemplo. Acho que o setor vai gostar”, comentou.

Uma tecnologia para fazer o sol brilhar à noite

Uma das principais críticas feitas às energias renováveis é que elas não estão disponíveis o tempo todo. Enquanto se pode queimar carvão de dia, de noite, faça chuva ou faça sol – não que isso seja uma boa idéia -, as usinas eólicas só funcionam se houver vento, e os painéis solares só podem gerar energia durante o dia, se o tempo não estiver nublado. Para piorar, a hora de maior consumo de eletricidade é justamente à noite, quando o consumidor está em casa, com as luzes acesas e a TV ligada.

 

 

Há algumas alternativas para esse problema. Uma delas, já em prática aqui no Brasil, é interligar as casas que têm painéis solares no sistema nacional, permitindo usar a eletricidade gerada mesmo quando não tem ninguém em casa. Outra, ainda em estudos, é criar uma tecnologia para armazenar a eletricidade. Esse é o caminho escolhido pelo pesquisador Jonathan Radcliffe, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido. Radcliffe esteve no Brasil antes da Copa do Mundo e conversou com o Blog do Planeta sobre as pesquisas desenvolvidas para armazenar a energia do vento e do sol.

 

 

“Tecnologias de baixo carbono, como solar ou eólica, nem sempre produzem eletricidade no momento em que a gente precisa. É por isso que estamos desenvolvendo tecnologias para armazenar essa eletricidade e usá-la quando for necessário”, diz Radcliffe.

 

 

Armazenar energia não é o mesmo que armazenar um objeto qualquer. Na prática, a única forma de fazer isso é transformando a energia. Por exemplo, uma pilha transforma a energia química em energia elétrica. Só que não é viável usar pilhas ou baterias para armazenar eletricidade suficiente para uma casa ou um bairro. Radcliffe estuda uma forma diferente para isso: usando criogenia.

 

 

Segundo o pesquisador, é possível armazenar energia usando temperaturas extremamente baixas. Funciona assim: a eletricidade “armazenada” é usada para esfriar e compressar o ar em baixas temperaturas, transformando em ar líquido. Quando for preciso usar a energia, esse ar é esquentado. Ele expande e aciona turbinas, permitindo utilizar a eletricidade. Segundo Radcliffe, com a tecnologia já existente seria possível armazenar energia suficiente para atender uma universidade ou um hospital, por exemplo.

 

 

Esse sistema de armazenamento ainda não está disponível para o mercado. Radcliffe estima que sejam necessários de três a quatro anos de estudo e desenvolvimento para que a tecnologia esteja pronta. Os preços também estão altos, mas quanto a isso o pesquisador é otimista. “Os combustíveis fósseis tiveram décadas de desenvolvimento para ficar barato. Temos que pensar em longo prazo. Com o tempo, as tecnologias de baixo carbono ficarão acessíveis”.

 

Por BRUNO CALIXTO

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/07/uma-tecnologia-para-fazer-o-bsol-brilhar-noiteb.html