Para ministro de Minas e Energia, medidas no setor elétrico têm de evitar ‘catástrofe’

Em encontro reservado entre o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), Braga declarou que o governo tem adotado todas as medidas possíveis para ampliar a geração de energia e evitar que as regiões Sudeste e Centro-Oeste do País, que são as mais afetadas pela crise hídrica, cheguem ao fim do ano com apenas 10% de capacidade de seus reservatórios, situação que, segundo Braga, seria “catastrófica” para a segurança do setor elétrico.

 

Ao traçar um panorama sobre a situação hídrica do País e as iniciativas já tomadas pelo governo para aliviar as represas das hidrelétricas, Braga afastou a necessidade de racionamento e falou sobre as metas do ministério. “Analisamos a série histórica das chuvas. Temos a previsão de que podemos chegar ao fim do período seco com uma situação mínima de 10% dos reservatórios do Sudeste, o que seria catastrófico. Estamos tomando medidas para chegarmos a algo igual ou maior que 20% nos nossos reservatórios até o fim do ano. Essa é a meta”, disse.

 

Para atravessar o período seco – maio a novembro – sem riscos de falta de energia, o governo calcula que os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste precisam chegar ao fim de abril com 35% da capacidade de armazenamento. Hoje, os reservatórios estão com 27,1%, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

 

Ao expor suas previsões aos ministros do TCU, Braga disse que a seca, em sua opinião, veio para perdurar. “O estresse hídrico dura uns cinco anos, ele vai e volta”, disse. No médio prazo, uma das principais apostas do governo para ampliar a segurança do setor serão as usinas térmicas, principalmente as baseadas em gás natural (GNL).

 

Durante o e encontro no tribunal, Braga disse também que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) trabalha em uma nova regulação para estimular a instalação de painéis solares nos “grandes telhados” do País. Segundo o ministro, um programa deve ser anunciado pelo governo até maio. “Nós estamos dependendo do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que tem de desonerar a geração de energia fotovoltaica, senão não é competitiva”, disse.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo http://bit.ly/1yizCjK

 

Aneel anuncia leilão de energia solar para agosto deste ano

Foi divulgada na semana passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a data do leilão de energia solar, que ocorrerá no dia 14 de agosto. O evento conta com autorização do Ministério de Minas e Energia e já foi publicado no Diário Oficial da União.

 

No leilão serão negociados contratos por quantidade de energia elétrica para empreendimentos de geração a partir de fonte solar. O início do fornecimento tem previsão para o dia 1º de agosto de 2017, com prazo de suprimento de 20 anos.

 

Os empreendedores que se interessarem em participar do leilão deverão inscrever seus projetos junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até o dia 14 de abril.

 

A EPE alerta que não será habilitado tecnicamente o empreendimento cujo Custo Variável Unitário for superior a zero, com potência final instalada inferior a 5 MW. O mesmo vale para aqueles que tenham comercializado energia em Leilões de Energia Nova, de Fontes Alternativas ou de Energia de Reserva.

 

Governo do Piauí aposta na exportação de fontes alternativas de energia

Na última terça-feira, 10 de março, o secretário de Mineração, Petróleo e Energia Renováveis do Piauí, Luís Coelho, declarou que o Estado tem capacidade de exportar energia alternativa.

 

Entre as principais apostas do governo piauiense está a produção de energia eólica e solar, e para isso já foram investidos R$ 150 milhões na construção da subestação Serra de Santo Inácio, no município de Curral Novo. A obra tem previsão de conclusão para junho de 2015. Assim que estiver pronta, essa será a maior subestação de energia eólica do país.

 

“A questão da energia eólica no Estado é uma realidade. Nós temos lá na região do Araripe 10 municípios que estão construindo seus parques. Isso vai produzir em torno de 1.300 KW de energia, que é seis vezes maior que o produzido em Boa Esperança. De repente, o governo se vê numa situação de crise, e o Piauí pode muito bem ser o primeiro a sair dessa crise pela produção de energia”, declarou o secretário.

 

Luís Coelho acredita que a produção de energia solar também é possível, já que o Estado possui condições climáticas favoráveis. “O que era o grande gargalo da energia solar? O preço das placas. Hoje já se consegue trabalhar com preços mais acessíveis no mercado. Nós vamos ter as questões das fazendas solares e temos aquele caso das empresas que vão trabalhar com CNPJ. Por exemplo, um posto de gasolina, um hospital, e ali colocar um receptor de energia solar para produzir durante o dia e usar à noite”, finalizou.

 

O Brasil já está vivendo uma crise energética devido ao baixo volume de chuvas. O governo do Piauí acredita que, com essas medidas, conseguirá diminuir o impacto em todo o país.

Governo propõe desonerar energia solar residencial

Na última quarta-feira, 4, o ministro de Minas e Energia Eduardo Braga declarou que o governo federal quer favorecer a desoneração de painéis solares para usuários residenciais.

 

A ideia agora é convencer os governadores a isentar de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a energia produzida por painéis solares. A União, por sua vez, teria de abrir mão da cobrança de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), que incidem sobre os equipamentos.

 

Para Braga, a medida será uma “desoneração importante”. O objetivo principal é incentivar a população a instalar painéis solares em casa, e com isso reduzir o consumo de energia, que é uma das campanhas do atual governo.

 

A medida seria benéfica também em relação à crise hídrica que estamos vivenciando, já que a baixa dos níveis dos reservatórios tem afetado diretamente as hidrelétricas, as quais já sofrem com a redução da capacidade de geração de energia no país.

 

“Nos leilões de reserva feitos em 2014 foram contemplados 31 projetos geradores de energia fotovoltaica e, em 2015, o governo fará desonerações do PIS e Cofins, para que esta fonte se torne bastante competitiva”, disse o ministro, durante sessão no plenário da Câmara dos Deputados que, neste momento, discute a crise hídrica e energética no país.

 

Empresas de energia renovável atraem cientistas

Os projetos energia renováveis foram destaque do último leilão de energia promovido pelo governo, em novembro de 2014. Além de ser um recurso importante para assegurar a demanda por eletricidade no Brasil nos próximos anos, as energias renováveis, como eólica, solar e térmica por biomassa, têm a vantagem de ser consideradas uma matriz limpa, que causa poucos danos ambientais. Elas são também um mercado de trabalho em expansão no Brasil.

Segundo um estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) publicado em 2014, o país já é o segundo que mais cria vagas relacionadas à energia limpa, empregando 894 000 pessoas.

Uma estimativa da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeó¬lica) calcula que, só na área da geração desse tipo de energia, os postos de trabalho saltarão de 32 000 para 280 000 até 2020. Muitas dessas vagas são destinadas a profissionais altamente especializados, como engenheiros, meteorologistas, geólogos e executivos com experiência na área de sustentabilidade.

Preencher o quadro no mesmo ritmo em que o setor cresce não tem sido tarefa fácil. “Para as posições que exigem conhecimento técnico, é difícil encontrar gente pronta”, diz Sueli Hudson, gestora de recursos humanos da Pacific Hydro, multinacional australiana que tem investido em projetos de geração de energia eólica.

Uma das saídas tem sido recrutar em universidades pesquisadores e cientistas que estudem energia limpa. “Essa é uma área com forte ligação com as ciências e, ao longo dos últimos dez anos, desenvolveu-se muito nas universidades”, afirma Rodrigo Soares, diretor da consultoria de recrutamento Hays, de São Paulo. “Por causa dessa relação, o setor de energia tem se revelado uma opção interessante de carreira para acadêmicos que queiram migrar para a iniciativa privada.”

A vantagem para quem faz transição da universidade para uma empresa, além de ver a aplicação prática dos estudos, é a possibilidade de uma ascensão profissional mais acelerada devido à dinâmica atual do mercado. “Com o surgimento constante de novos projetos, as pessoas crescem rápido”, diz Sueli, da Pacific Hydro.

É no que aposta o engenheiro químico João Fávaro de Oliveira, de 26 anos, de Curitiba, contratado em 2012 pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) para atuar em sua área, de energia renovável.

João cursa mestrado na Universidade Federal do Paraná sobre a transformação de resíduos sólidos em energia elétrica e, na Copel, trabalha em projetos ligados à geração de energia térmica por combustão de biomassa. “Pesquisar um assunto que está no foco dos investimentos estratégicos da empresa vai me ajudar a crescer mais rápido”, afirma.

“O mercado brasileiro para esse tipo de geração de energia ainda é pequeno, mas vem ganhando muita relevância, com boas oportunidades profissionais”, afirma Helena Chung, analista do mercado de novas energias da Bloomberg. Uma boa alternativa para quem sonha em conciliar a pesquisa científica com uma carreira ascendente na iniciativa privada.

Fonte: Exame.com http://abr.ai/1C49Aah