Lei 14.300: Ainda vale a pena instalar energia solar após o Marco Legal de GD?

Com edição de Marien Ramos

Você já leu aqui sobre as vantagens de instalar energia solar e as mudanças propostas pela Lei 14.300/2022 – ou o  Marco Legal da Geração Distribuída. A nova legilsação é considerado uma conquista do setor e um instrumento importante para garantir segurança jurídica no mercado fotovoltaico brasileiro. 

De lá para cá, algumas alterações foram registradas e muitas dúvidas permanecem. A principal delas é: ainda vale a pena investir em energia solar?

No texto a seguir, vamos tentar esclarecer alguns pontos importantes sobre o assunto. Confira!

Setor Energia Solar ainda é atrativo após Lei 14.300
Crédito: Freepik

Em fevereiro de 2023, após pouco mais de um ano de debates e discussões entre agentes do setor de energia solar, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a Lei 14.300/2022.

Com a definição, alguns pontos foram alterados e regulamentos em relação à legislação sancionada em janeiro de 2022. Neste texto, vamos explicar se ainda vale a pena investir em energia solar após a entrada em vigor do novo marco.

O Marco GD, como ficou conhecida a Lei 14.300/2022, criou a obrigação de apresentação de garantia de fiel cumprimento (GFC), por parte dos interessados na conexão de centrais de minigeração a partir de 500 kW de potência instalada (2,5% do valor do investimento de 500 a 1.000 KW e 5% acima de 1.000 kW).

Assim, ficou definido pela Aneel que o consumidor pode optar, exclusivamente, por uma das seguintes modalidades:

  • Caução em dinheiro;
  • Títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil;
  • Fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a operar no país pelo Banco Central do Brasil.

Além disso, outro ponto estabelecido é que as unidades consumidoras com geração local, cuja potência nominal total dos transformadores seja igual ou inferior a uma vez e meia o limite permitido para ligação de consumidores do Grupo B, podem optar por faturamento idêntico às unidades conectadas em baixa tensão, conforme regulação da Aneel.

Ou seja, para que a opção pelo faturamento em Grupo B seja efetivada, a soma da potência dos transformadores não pode ultrapassar 112,5 KVA; a geração deve ser instalada na unidade consumidora; e, além disso, não é permitido enviar ou receber excedentes para unidades consumidoras distintas.

Saiba Mais:

Mudanças Tarifárias – Fio B

É verdade que o prazo para que sistemas de energia solar garantissem até 2045 a manutenção de incentivos tarifários terminou em 6 de janeiro deste ano. Mas o que mudou de fato?

Mesmo antes do fim do prazo, já existia a taxa de disponibilidade, ou taxa mínima, para uso da rede. Como funciona agora? Neste caso, os consumidores continuam pagando a taxa de disponibilidade, porém ela não pode ser descontada dos créditos.

O que mudou é que, após o prazo, teve início a cobrança do Fio B, componente da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd) e relacionado aos custos com o uso do sistema de distribuição.

O cálculo funciona assim para dois casos:

  • Soma do consumo da rede com parcela do Fio B na compensação menor que a disponibilidade: paga-se o custo de disponibilidade.
  • Soma maior: paga-se o Fio B e o consumo da rede, sem custo de disponibilidade.

O valor do Fio B varia de concessionária para concessionária e é definido pela Aneel por meio de revisões tarifárias, com base em premissas e manuais.

Economia com a nova atualização da Lei 14.300

É importante esclarecer que, após a Lei 14.300/2022, graças ao chamado “fator de simultaneidade”, o consumidor continuará injetando a energia excedente na rede, mas só irá pagar quando consumir essa energia – o que torna o consumo instantâneo mais atraente e econômico.

Dito isso, em alguns cenários, será mais vantajoso instalar energia solar pós prazo do Marco Legal do que anteriormente, com economia que continua ultrapassando os 90% na conta de energia.

Vantagens de instalar energia solar

A primeira das vantagens trata-se sobre as perspectivas favoráveis ao setor, que registra investimentos cada vez maiores. Com isso movimento, o barateamento do valor da energia produzida/distribuída, além das novas possibilidades de financiamento, tornam a energia solar mais acessível à população.

Outros benefícios são o tempo de duração dos equipamentos solares (com inversores que possuem vida útil média de 10 anos e painéis que podem chegar aos 25 anos). Sem cotar com a rapidez no retorno dos projetos, com economia da conta de energia registrada desde o primeiro mês de uso do sistema.

A seguir, podemos citar que os imóveis com energia solar estão cada vez mais valorizados, e a utilização da modalidade pode ser considerada um diferencial na hora da venda, inclusive com valores superiores a outros similares. Isso foi atestado em pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, que mostra que 66% dos compradores aceitariam pagar mais caro por um imóvel com energia solar.

Por último e não menos importante, é preciso enaltecer as vantagens da energia solar para o planeta, já que o uso deste tipo de matriz contribui para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, passo importante para a efetivação da transição energética.

Instalações de Energia Solar sob a nova Legislação

De acordo com a Aneel, desde a publicação da Lei 14.300/2022, já foram efetivadas pelas distribuidoras mais de 780 mil de conexões de micro e minigeração distribuída, número que representa aumento de 60% em relação ao verificado nos 13 meses anteriores à publicação da legislação.

Hoje, a energia solar é a segunda matriz mais utilizada no Brasil, com 28,9 GW operacionais, com quase 2 milhões de sistemas instalados.

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Mudanças climáticas alarmantes demandam transição energética

Com edição de Marien Ramos

No mês de maio, levantamento da Organização Meteorológica Mundial, agência especializada da ONU, alertou autoridades e ambientalistas ao anunciar que o planeta deve registrar um período de mudanças climáticas, com altas temperaturas inéditas nos próximos cinco anos.

Diversas regiões do mundo serão impactadas pela mudança do clima e, no Brasil, pode haver repercussão direta na agricultura devido à queda no regime de chuvas na Amazônia.

Alerta da ONU para Mudanças Climáticas demanda Transição Energética
Fontes de energia renováveis, como a energia solar, podem evitar as alarmantes mudanças climáticas

Se estão se perguntando o motivo, mais uma vez, precisaremos citar o aquecimento global. No texto a seguir veremos como as energias limpas, a exemplo da energia solar, têm um papel fundamental na redução das emissões de gases do efeito estufa. Confira!

Alerta de Mudança Climática – Acordo de Paris

Já em 2015, os signatários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em Paris concordaram em unir esforços para manter o aumento das temperaturas globais abaixo de 2°C e limitá-lo a 1,5°C até 2050. A meta foi estabelecida no chamado Acordo de Paris.

“As mudanças climáticas representam uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades humanas e para o planeta e, portanto, requerem a mais ampla cooperação possível de todos os países e sua participação numa resposta internacional eficaz e apropriada, com vista a acelerar a redução das emissões globais de gases de efeito estufa”.

Acordo de paris

Contudo, as informações mais recentes apontam uma chance de 98% para que pelo menos um dos próximos cinco anos supere o recorde de temperatura estabelecido em 2016, quando houve um El Niño – fenômeno de aquecimento anormal das águas – forte.

Outro dado alarmante é a grande possibilidade de a média prevista para 2023/2027 ser maior do que a dos últimos cinco anos.

Transição Energética – Driblando a Mudança de Clima

Existem diversas frentes para combater de forma contundente a emissão de gases de efeito estufa. A luta contra o desmatamento é uma delas, porém, outra alternativa tão importante quanto, é a transição energética. Essa ideia propõe mudança nas matrizes de geração de energia no mundo, com a substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis, como a energia solar.

Dados apontam que existe um engajamento em torno da temática no mundo, com aumento de investimentos e divulgação, fato que tem potencializado o uso de renováveis – mesmo que ainda insuficientes.

De acordo com a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), ao final de 2022, a capacidade total global de geração renovável era de 3.372 GW, com um aumento de 295 GW.

Embora a energia hidrelétrica represente a maior parcela da capacidade total de geração renovável global, a solar e a eólica, juntas, foram responsáveis por 90% de todo o incremento feito em 2022 à capacidade de fontes renováveis.

A China foi o país que mais impulsionou o desempenho, adicionando 141 GW à nova capacidade da Ásia.

O Brasil, por sua vez, está em uma situação privilegiada, com 82% de sua matriz elétrica baseada nas fontes renováveis – 180.917MW de um total de 220.643MW (incluindo as importações).

O país passou por um boom de energia eólica, com crescimento de 1 GW para 24 GW em 11 anos. Já a energia solar atingiu a marca histórica de segunda maior fonte da matriz energética nacional, com quase 29 GW de capacidade operacional registrada em 2023.

Mobilidade Elétrica diminui Mudanças Climáticas

Ainda falando na transição energética para diminuir as mudanças climáticas, ações com foco em eletrificação e mobilidade elétrica também são relevantes. O desafio é mudar o cenário no setor de transportes, substituindo os carros dominados pelo petróleo por carros elétricos.

No Brasil, só em 2021, as emissões associadas à matriz energética atingiram o equivalente a 445,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono – prejudicial ao meio ambiente, sendo a maior parte (197,8 Mt) gerada no setor de transportes.

Neste cenário, aparece a mobilidade elétrica, que engloba os veículos movidos por fontes elétricas (carros, motos, ônibus, caminhões, bicicletas e até patinetes) – além, é claro, da infraestrutura de recarga que deve ser implementada para abastecê-los.

Carros eletrificados e o sistema de recarga que os acompanha se inserem no cenário de mobilidade elétrica. Crédito: Freepik

O uso do carro a combustão contribui fortemente com o aquecimento global devido aos gases liberados. Um veículo abastecido por gasolina, por exemplo, libera em média 120 gramas de gás carbônico (CO2) por km rodado.

Já os veículos elétricos, por si só, não emitem gases de efeito estufa. E, mesmo que a fonte geradora de energia utilizada para fabricação e carregamento do veículo produza estes gases, como é o caso da termoelétrica, o ciclo de vida de um VE terá menos emissões de gases e poluentes do que um carro a gasolina.

Cada vez mais, empresas e consumidores se voltam para a eletrificação no transporte, pensando nos benefícios à atmosfera e evitando as mudanças climáticas. Assim, tornando a transição para veículos elétricos uma das áreas com maior potencial de crescimento.

No mundo, foram vendidas 10 milhões de unidades em 2022, um aumento de 55% em relação aos 6,5 milhões de 2021, segundo dados da EV-Volumes. De acordo com a NeoCharge, o número total de veículos eletrificados no Brasil ultrapassou as 137 mil unidades em abril de 2023.

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