20 de outubro de 2010
A alguns anos atrás, algumas empresas startup surgiram no Vale do Silício, nos EUA, sonhando em transformar o setor de Energia Solar. Para isso elas tinham um trunfo: reinventar a tecnologia utilizada para a fabricação dos painéis solares e reduzir drasticamente os custos de produção.
O Vale do Silício chegou a ser rebatizado por alguns para Vale do Sol.
Depois de atrair investimentos pesados do governo e do setor privado, e logo após iniciar suas operações, estas empresas descobriram que a realidade do setor já não era mais a mesma
Os produtores Chineses, apoiados por pesados subsídios do governo, mão-de-obra barata e economia de escala, estão fazendo com que os preços dos painéis solares comuns caiam mais rapidamente do que qualquer um poderia ter previsto.
[caption id="attachment_329" align="aligncenter" width="316"] Foto: The New York Times[/caption]
Em maio o presidente dos EUA Barack Obama visitou e elogiou os esforços da Solyndra, uma das maiores empresas startup do setor no Vale do Silício, com investimentos de mais de US$1bilhão. Mas durante a construção de sua fábrica, a Solyndra assistiu o preço dos painéis solares caírem mais de 40%. A empresa teve que correr para adiantar em 2 meses seu cronograma de operação e disparar ações de marketing dizendo que seus painéis apesar de mais caros possuem uma boa relação custo-benefíco.
Enquanto isso, do outro lado do pacífico, as empresas chinesas expandem sua produção. A JA Solar, uma empresa de Shangai, expandirá sua capacidade de produção de painéis para 1.8GW até o final do ano, aumentando o quadro de funcionários de 4.000 para 11.000 em um ano. Como comparação, a Solyndra, no Vale do Silíco, espera ter uma capacidade de 300MW de produção no final de 2011.
Diante do cenário, empresas do Vale do Silíco procuram estratégias alternativas para se manter competitivas. A AQT, modificou máquinas usadas para fazer hard drives de computador para produzir apenas células CIGS, as quais ela vende para outras empresas que montam painéis. A Innovalight abandonou a produção de painéis solares e desenvolveu uma técnica chamada de silicon ink (ou tinta de silício) que aumenta a eficiência das células solares convencionais. Os executivos decidiram patentear a tecnologia da tinta e vender aos chineses, ao invés de competir. "Como competir contra enormes subsídios, baixas taxas de juros, mão-de-obra barata, enorme escala e um governo que deseja ser o número 1 em energia solar?" disse Conrad Burke, chefe da Innovaligh. "A inovação será a nossa estratégia. Apesar de não ter a mesma escala, nós exportamos a tecnologia e criamos bons empregos aqui."
Como parte de sua política de sustentabilidade, o Wal-Mart agiu em prol das empresas do Vale do Silício no mês passado, fechando um acordo para instalação de 15MW de painéis em suas lojas com a SolarCity, empresa de instalações do Vale do Silício. Mesmo a SolarCity, no entanto, também irá utilizar nas instalações do Wal-Mart, uma boa parcela de painéis convencionais, todos vindos da China e não os thin film do Vale do Silício.
Fonte: Todd Woody, The New York Times, "Silicon Valley’s Solar Innovators Retool to Catch Up to China" China X Vale do Silício, a batalha pela energia solar
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