23 de maio de 2014
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse na última segunda-feira (19) que o governo planeja realizar, no segundo semestre de 2014, um leilão de energia de reserva destinado a projetos de energia solar, éolicos e termoelétricos movidos à biomassa.
Segundo Tolmasquim, no leilão as fontes não concorrerão entre si: "serão três produtos - um eólico, outro solar - em que a solar disputa com a solar - e outro de resíduos sólidos". Ele explicou que, como a eólica possui energia mais barata do que as outras, se disputassem juntas não haveria chances para as demais fontes.
No entanto, Tolmasquim acredita que, assim como aconteceu com a eólica, no futuro, com o aumento do uso, a tendência é que a energia solar também diminua seus preços. Como existem poucos fabricantes nacionais de equipamentos para a energia solar, o presidente da EPE defendeu que o índice de nacionalização de componentes, exigido inclusive para empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), comece num patamar menor. "O primeiro passo é criar a demanda para atrair as empresas. O leilão é um mecanismo de criar demanda com uma estratégia de médio prazo de aumento do índice de nacionalização, de tal maneira que você comece importando mais, mas ao longo do tempo consiga aumentar o conteúdo nacional", disse. Esse leilão de energia de reserva integra um esforço do governo para viabilizar, entre 2014 e 2018, outros pregões para a contratação de um total de 38,269 mil megawatts (MW) novos. Segundo o presidente da EPE, os leilões que ocorrerão até 2018 deverão contratar 9 mil MW de centrais eólicas e 3,5 mi MW de empreendimentos de energia solar. As usinas à biomassa devem vender o equivalente a 2,380 mil MW e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), mais 1,2 mil MW.